Recursos para ensinar filosofia
Questões de filosofia ENEM 2011
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O distanciamento entre “reconhecer” e “cumprir” efetivamente o que é moral constitui uma ambiguidade inerente ao humano, porque as normas morais são
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parâmetros idealizados, cujo cumprimento é destituído de obrigação.Esta alternativa está incorreta. Embora normas morais possam ser parâmetros idealizados, isso não significa que seu cumprimento seja destituído de obrigação. Na realidade, as normas morais muitas vezes são vistas como obrigações que as pessoas devem seguir, mesmo que idealizadas.
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criadas pelo homem, que concede a si mesmo a lei à qual deve se submeter.Essa alternativa está correta. A afirmação reflete a visão de muitos filósofos, como Kant, que acredita que as normas morais são criadas pelo próprio homem, dado que somos seres racionais que criamos e seguimos nossas próprias leis morais. Isso implica que reconhecemos nossa autonomia na criação e adesão a essas normas.
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decorrentes da vontade divina e, por esse motivo, utópicas.Esta alternativa está incorreta. Embora algumas pessoas acreditem que as normas morais sejam de origem divina, isso não implica necessariamente que sejam utópicas. Muitas tradições religiosas veem as normas morais como guias práticos para a vida cotidiana, não como idealizações inalcançáveis.
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amplas e vão além da capacidade de o indivíduo conseguir cumpri-las integralmente.Esta alternativa está incorreta. Embora seja verdade que as normas morais podem ser amplas, a ideia de que vão além da capacidade do indivíduo cumprir integralmente não é uma ambiguidade inerente ao ser humano. De fato, muitas normas são projetadas para serem razoavelmente seguidas pelas pessoas.
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cumpridas por aqueles que se dedicam inteiramente a observar as normas jurídicas.Esta alternativa está incorreta. A observância das normas morais não se restringe àqueles que cumprem normas jurídicas. Normas morais e jurídicas são distintas, embora possam se sobrepor. Muitas vezes, pessoas cumprem normas morais independentemente de normas jurídicas.
A ação democrática consiste em todos tomarem parte do processo decisório sobre aquilo que terá consequência na vida de toda coletividade. GALLO, S. etal. Ética e Cidadania. Caminhos da Filosofia. Campinas: Papirus, 1997 (adaptado). TEXTO II
É necessário que haja liberdade de expressão, fiscalização sobre órgãos governamentais e acesso por parte da população às informações trazidas a público pela imprensa. Disponível em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 24 abr. 2010.
Partindo da perspectiva de democracia apresentada no Texto I, os meios de comunicação, de acordo com o Texto II, assumem um papel relevante na sociedade por
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apresentarem aos cidadãos a versão oficial dos fatos.Esta alternativa está incorreta. Apresentar apenas a versão oficial dos fatos não alinha-se com a ideia de fomentar um debate aberto e democrático. A democracia requer que os cidadãos tenham acesso a diversas perspectivas e possam questionar criticamente qualquer informação, incluindo a versão oficial. Este papel crítico e multiplicador de vozes é o que permite o debate e a participação cidadã informada.
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orientarem os cidadãos na compra dos bens necessários à sua sobrevivência e bem-estar.Esta afirmação está incorreta em relação ao papel dos meios de comunicação na democracia. A função principal da mídia em uma sociedade democrática não é orientar os cidadãos na compra de bens, mas sim informar e prover as condições para que participem do processo decisório. Enquanto a compra de bens pode ser importante para o bem-estar, não é essa a questão abordada no contexto da democracia participativa descrito no Texto I.
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propiciarem o entretenimento, aspecto relevante para conscientização política.A afirmação é incorreta no contexto dado. Embora o entretenimento possa contribuir de várias formas para o tecido social, o seu papel na conscientização política é secundário no contexto aqui discutido. O foco está na circulação de informações e na facilitação do debate na esfera pública, que são fundamentais para o engajamento cívico e a ação democrática, conforme destacado no Texto II.
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promoverem a unidade cultural, por meio das transmissões esportivas.Esta alternativa está incorreta no contexto dos textos apresentados. A promoção da unidade cultural por meio de transmissões esportivas não está diretamente ligada ao papel dos meios de comunicação na facilitação do debate político e na participação democrática. Embora tenha seu valor cultural e social, isso não atende à necessidade de fomentar a participação informada e ativa dos cidadãos no processo democrático, conforme discutido nos textos.
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fornecerem informações que fomentam o debate político na esfera pública.Essa alternativa está correta pois, de acordo com o Texto II, os meios de comunicação são fundamentais para a democracia ao fornecerem informações necessárias que fomentam o debate político. Isso se alinha com a ideia do Texto I, onde todos devem participar do processo decisório. Assim, a disponibilização de informações é crucial para que as pessoas possam discutir, deliberar e tomar decisões informadas, o que é essencial para a saúde de uma democracia.
Com base no texto, as principais consequências da substituição da ferramenta manual pela máquina são
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a flexibilização do controle ideológico e a manutenção da liberdade do trabalhador.Esta afirmação não é suportada pelo texto de Arendt. Ele aponta uma redução na autonomia do trabalhador devido à necessidade de se ajustar ao funcionamento das máquinas. Essa mudança tende a intensificar o controle sobre o trabalhador, não a flexibilizar tal controle ou a manter a liberdade do trabalhador.
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o adestramento do corpo e a perda da autonomia do trabalhador.A afirmação aqui está correta, e essa alternativa reflete bem a ideia expressa por Arendt. Quando a ferramenta manual é substituída pela máquina, o trabalhador precisa ajustar seu corpo para funcionar em sintonia com a máquina. Isso é o que o texto chama de "ajustar o ritmo natural do seu corpo ao movimento mecânico", ou seja, o trabalhador perde parte de sua autonomia e se torna mais como uma extensão da máquina, sendo adestrado para se adaptar às suas exigências em vez de controlar o processo de trabalho.
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o abandono da produção manufatureira e o aperfeiçoamento da máquina.A alternativa é incorreta. Arendt não sugere que a produção manufatureira tenha sido abandonada em prol do aperfeiçoamento da máquina. O foco da discussão é o impacto das máquinas no trabalho manual, especialmente no que se refere ao ajuste do trabalhador a elas, não no aperfeiçoamento das próprias máquinas ou no abandono da produção prática.
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o aperfeiçoamento da produção manufatureira criativa e a rejeição do trabalho repetitivo.A alternativa está incorreta em relação às ideias de Arendt. Embora as máquinas possam levar ao aperfeiçoamento da produção, o texto não sugere que isso resulte em mais criatividade. Pelo contrário, Arendt descreve a adaptação do ritmo humano ao das máquinas, o que indica uma perda de liberdade e potencial criativo, ao invés de uma rejeição do trabalho repetitivo.
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a reformulação dos modos de produção e o engajamento político do trabalhador.Essa alternativa é incorreta no contexto do texto de Arendt. O texto discute como as máquinas exigem a adaptação do trabalhador, mas não menciona especificamente uma reformulação nos modos de produção que leve ao engajamento político. Embora a troca por máquinas possa levar a uma reorganização do trabalho, engajamento político não é uma consequência direta tratada no trecho mencionado.
À luz do texto, qual a implicação da publicidade de massa para a democracia contemporânea?
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A dissociação entre os domínios retóricos e a política.Incorreto. A dissociação entre retórica e política sugeriria uma separação clara entre como falamos sobre política e suas práticas, o que não é o caso no contexto apresentado. O texto de Arendt sugere que a propaganda política utiliza fortemente a retórica como instrumento de coerção e controle das massas, integrando profundamente a política ao uso estratégico da comunicação para influenciar opiniões e comportamentos.
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O combate às práticas de distorção de informações.Essa alternativa está incorreta porque a ideia central do texto é destacar como a propaganda, incluindo a política, pode coagir ou influenciar as massas. O combate às práticas de distorção de informações implica um movimento contrário ao que o texto sugere, que é a imposição ou manipulação das opiniões através da propaganda. A coerção mencionada por Arendt não se refere a um esforço para combater distorções, mas sim a como a própria propaganda atua como uma forma de controle e direcionamento das massas.
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O fortalecimento da sociedade civil.Essa alternativa é incorreta porque o texto discute a propaganda como um meio de coerção, o que não leva ao fortalecimento da sociedade civil, mas sim a uma manipulação que pode enfraquecer o papel crítico e ativo das pessoas na sociedade. O fortalecimento da sociedade civil implica em maior autonomia e participação no processo democrático, enquanto o que o texto destaca é o uso da propaganda para controlar e direcionar a opinião pública de forma coercitiva.
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A transparência política das ações do Estado.Esta afirmação está incorreta. A propaganda, entendida como um veículo de coerção, não necessariamente resulta em transparência política. Pelo contrário, ela pode ser usada para ofuscar ou manipular fatos de modo a conduzir a opinião pública em direção a interesses específicos, muitas vezes ocultando a verdadeira intenção das ações do Estado. Transparência deveria significar clareza e abertura, ao passo que a coerção através da propaganda sugere o uso de informação para controle.
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O declínio do debate político na esfera pública.Correto. Arendt alerta para os perigos da propaganda em massa, que tem um elemento de coerção. Isso pode levar ao declínio do debate político na esfera pública. Quando a propaganda influencia opiniões de maneira tão profunda e coercitiva, ela pode restringir o espaço para debates significativos, onde diversos pontos de vista são considerados. Em vez disso, isso pode levar a uma aceitação passiva de ideias empacotadas, comprometendo assim o diálogo democrático e a troca de ideias na esfera pública.
O conceito de despotismo elaborado pelo filósofo Immanuel Kant pode ser aplicado na interpretação do contexto político brasileiro posterior ao AI-5, porque descreve
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o autoritarismo nas relações de poder.Esta alternativa está correta. O autoritarismo nas relações de poder é característico do despotismo, que segundo Kant envolve a execução arbitrária das leis por parte do chefe do Estado, que impõe sua vontade particular sobre a pública. No contexto do AI-5 no Brasil, observou-se um fortalecimento do autoritarismo, com a suspensão de garantias constitucionais e maior controle estatal, o que é consistente com a descrição de despotismo que Kant oferece.
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a sociedade sem classes sociais.Esta alternativa está incorreta. Uma sociedade sem classes sociais não é um conceito que se aplica ao despotismo tal como definido por Kant. Este conceito está mais associado a ideologias como o comunismo, onde a ausência de classes visa à igualdade econômica e social. No despotismo, o poder está centralizado em uma autoridade individual, e não na busca pela eliminação das diferenças de classe.
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as relações democráticas de poder.Esta alternativa está incorreta. Relações democráticas de poder envolvem a participação popular, eleições justas e a preocupação com o bem comum, onde as decisões são tomadas de acordo com a vontade coletiva e o respeito aos direitos civis. Kant descreve o despotismo como a substituição da vontade pública pela vontade particular do governante, o que é o oposto de uma relação democrática.
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a usurpação do poder pelo povo.Esta alternativa está incorreta. A usurpação do poder pelo povo, na perspectiva do despotismo, não é uma descrição precisa, pois Kant descreve o despotismo como a concentração do poder nas mãos de um único governante, que age de acordo com seus próprios interesses, e não como o poder sendo conquistado ou exercido coletivamente pelo povo.
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a divisão dos poderes de Estado.Esta alternativa está incorreta. A divisão dos poderes de Estado é um princípio fundamental de democracias e repúblicas, onde o poder é distribuído entre diferentes instituições, como legislativo, executivo e judiciário, para evitar a concentração excessiva de poder em uma única pessoa ou órgão. No despotismo, segundo Kant, o chefe do Estado concentra o poder em si e toma decisões de forma arbitrária, o que é o oposto da divisão de poderes.
A contemporaneidade abriga conflitos éticos e políticos, dos quais o racismo, a discriminação sexual e a intolerância religiosa são exemplos históricos. Com base no texto, qual é a principal contribuição da Ética para a estruturação política da sociedade contemporânea?
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Revisar as leis e o sistema político como mecanismo de adequação às novas demandas éticas.Essa opção propõe uma revisão das leis e do sistema político para se adaptar a novas demandas éticas. Enquanto a revisão de leis é importante, a ética na formação política vai além disso; ela busca estabelecer princípios e valores que orientem as leis e a política, em vez de apenas ajustar o sistema existente. A revisão das leis deve surgir como uma consequência dos princípios éticos já estabelecidos, não como o ponto de partida.
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Instituir princípios éticos que correspondam ao interesse de cada grupo social.Instituir princípios éticos baseados no interesse de cada grupo social pode levar à fragmentação e ao relativismo ético, onde não há um padrão comum de justiça ou liberdade. Isso pode resultar em conflitos e divisões mais acentuadas. Pelo contrário, a ética deve buscar valores universais que favoreçam a coexistência pacífica e igualitária, respeitando as diversidades sem se submeter aos interesses particulares.
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Propor modelos de conduta fundados na justiça, na liberdade e na diversidade humana.Essa afirmação está correta. Propor modelos de conduta baseados em justiça, liberdade e diversidade humana é a principal contribuição da ética para a estruturação política da sociedade. Isso incentiva uma convivência harmoniosa e respeitosa entre diferentes grupos e posturas, fomentando um ambiente onde a dignidade de todos é respeitada e valorizada.
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Criar novas leis éticas com a finalidade de punir os sujeitos racistas e intolerantes.A criação de novas leis com o objetivo de punir racistas e intolerantes foca apenas na punição, que é uma parte da ética, mas não o centro dela. A ética deve primar pelos princípios de justiça, liberdade e diversidade que transcendam o simples ato de punir. Essa visão é mais reativa do que proativa e não abrange a proposta de modelos de conduta que promovam o respeito e o reconhecimento mútuo.
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Instaurar um programa de reeducação ética fundado na prevenção da violência e na restrição da liberdade.Essa alternativa sugere a implantação de um programa de reeducação ética que restrinja a liberdade. No entanto, o conceito central da ética não é limitar a liberdade por si só, mas sim promovê-la em um contexto de justiça e respeito mútuo. Além disso, focar na restrição pode acarretar em um controle excessivo que não é compatível com ideais democráticos e de liberdade genuína.
Com base no texto, qual é o significado da memória?
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É a prospecção e retenção de lembranças e recordações.Embora esta alternativa mencione a prospecção e retenção de lembranças, ela não captura o significado mais amplo da memória apresentado no texto. O texto destaca a memória como uma realidade que nos conecta com aquilo que está ausente e nos ajuda a dar sentido ao passado, presente e futuro, não se restringindo a simples retenção de lembranças.
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É a capacidade mais alargada para lembrar e recordar fatos passados.Esta alternativa não está correta, pois o texto não fala sobre a memória como apenas uma capacidade de lembrar ou recordar fatos. Ao contrário, a memória é apresentada como uma forma fundamental de nossa existência que envolve nossa relação com o tempo, abrangendo passado, presente e futuro, e não apenas uma habilidade para rememorar eventos passados.
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É o esforço de apagar o passado e inaugurar o presente.Esta alternativa está incorreta. O texto não sugere que a memória está relacionada com o esforço de apagar o passado e inaugurar o presente. Pelo contrário, a memória é apresentada como aquilo que confere sentido ao passado e nos liga ao tempo em suas diferentes dimensões: passado, presente e futuro. Portanto, a memória não visa apagar o passado, mas integrá-lo ao presente e projetá-lo no futuro.
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É o potencial de evocar o passado apontando para o futuro.Esta é a alternativa correta. De acordo com o texto, a memória tem a função de evocar o passado, mas também aponta para o futuro ao permitir esperá-lo e compreendê-lo. A memória é vista como essencial na relação com o tempo, ao lidar com o que está invisível, ausente, e distante, estabelecendo uma ponte entre passado, presente e futuro.
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É a perda de nossa relação com o presente, preservando o passado.Esta alternativa é incorreta porque sugere que a memória nos faz perder a relação com o presente, o que não está de acordo com o texto. Na verdade, o texto indica que a memória nos conecta com o tempo e traz as realidades ausentes do passado para a compreensão do presente e possibilita esperanças no futuro, sem a perda de relação com o presente.
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